terça-feira, 25 de março de 2008

"A Benção de Adoecer"

“Mas, que posso dizer? Ele falou comigo e ele mesmo fez isso. Andarei humildemente toda a minha vida por causa dessa aflição da minha alma. Senhor,por tais coisas os homens vivem, e por elas também vive o meu espírito.Tu me restauraste a saúde e me deixaste viver. Foi para meu benefício que eu tanto sofri...” (Is 38.15-17ª NVI).

Estamos acostumados a celebrar a bênção da saúde, pois saúde é coisa boa. Saúde: é bom estado do organismo cujas funções fisiológicas se vão fazendo com regularidade e sem estorvos de qualquer espécie; saúde é harmonia, equilíbrio, alegria, enfim.
Mas a realidade é que muitas vezes vemos a saúde fugir; órgãos importantes apresentam problemas e aspectos e funções vitais de imenso valor são seriamente prejudicados. Adoecemos. Adoecemos, com maior ou menor gravidade, na infância, na adolescência, na idade adulta e principalmente na velhice. Às vezes a proximidade da doença é anunciada, e podemos até preveni-la ou atenuar-lhe as conseqüências. Outras vezes, a doença é repentina e fulminante.
Pois bem.
Qual é a nossa atitude em relação à doença? É evidente que ela altera ou perturba nossa vida e atropela nossos planos, sonhos, e vontade imensa de viver com qualidade.
À semelhança do rei Ezequias, e de minha experiência na mais recente hospitalização, quero convidar o leitor a refletir comigo sobre A BÊNÇÃO DO ADOECER.
Como notamos no texto de Isaías, acima reproduzido, disse o rei, depois de sua grave doença e da intervenção divina a prolongar-lhe os anos de vida: “Foi para meu benefício que eu tanto sofri”.
Que bênçãos, que descobertas positivas para existência humana recebemos ou deparamos na doença? É o que desejo lembrar e assinala, sem pretender exaurir o tema.

1.Quando adoecemos, descobrimos nossa finitude e humanidade. Não podemos tudo, não conseguimos fazer tudo o que queremos, interrompem-se nossos projetos, alteram-se nossos planos, damos-nos conta de que com saúde nos julgávamos necessários e até insubstituíveis; só que descobrimos, num leito de enfermidade, que o mundo não pára, a vida continua e às vezes nossos empreendimentos ou negócios chegam até a produzir mais.

2.Quando adoecemos, tomamos consciência da unidade e solidariedade da raça humana. Sim. Fazemos parte de uma humanidade pecadora, passível de adoecer e de transmitir de geração em geração doenças ou potencial delas que freqüentemente nossa indisciplina precipita que venham a aparecer. É o caso da cardiopatia de minha avó e de minha mãe que me dispôs a problemas cardiológicos com que venho padecendo há quase quinze anos. Espinho na carne com que tenho de conviver. Pena que tenha herdado muito mais os defeitos que as virtudes do coração delas!

3.Quando adoecemos, descobrimos que todos somos iguais: pobres e ricos, grandes e pequenos, homens e mulheres, doutores ou analfabetos, palacianos ou gente de rua, santos e pecadores. Todos adoecemos ou podemos adoecer. No leito da enfermidade, descobrimos a tolice do orgulho, da vaidade, da pretensão humana, da mania de grandeza. E do leito, saímos mais humanos e humildes. E não isso uma bênção?

4.Quando adoecemos, aprendemos “experiencialmente” a natureza relacional e interdependente do ser humano, e o valor da gentileza, da simpatia, do bom humor, da paciência. Pensávamos, quando saudáveis, não precisar de ninguém, não depender de ninguém, que dinheiro era capaz de adquirir todo bem estar, todo prazer, toda felicidade. Doentes, em leito hospitalar luxuoso ou singelo, rodeados de gente altamente capacitada e profissionalmente competente, ou de gente simples, nós nos damos conta de que precisamos dessas pessoas, dependemos delas, temos de tratá-las bem. Em troca, recebemos o carinho e o cuidado delas. E como é bom ver médicos, enfermeiros e enfermeiras e todo pessoal hospitalar, a trabalhar feliz e com diligência para nos prover bem estar, alívio de nossas dores ou desconforto e recuperar nossa saúde ou nossa esperança!

5.Quando adoecemos, verificamos a importância da família e do amor e cuidado que nos devota. Às vezes, parentes que não víamos fazia anos, comparecem em nosso quarto de hospital ou em casa, trazendo novo alento e razão para viver. Até reconciliação entre parentes desavindos ocorre durante nossa enfermidade, e só vamos saber depois. Como é bom ter família e ser família. Mas também, enfermos, descobrimos o valor de nossos amigos, de perto ou de longe, que nos levam carinho e solidariedade.

6.Quando adoecemos, recebemos consolações novas e novos insights da Palavra e Deus, se somos crentes em Jesus Cristo, tementes a Deus e acostumados a manejar a Bíblia, o Santo Livro. O leito de enfermidade constitui privilegiado lugar de meditação nas grandes verdades da fé, antes apenas parte de nosso discurso religioso. Ali somos consolados por Deus e nos tornamos fontes de consolação. É verdade.
A doença acaba abrindo espaços e cavando abismos em nossa vida que a graça divina vem preencher. No leito, ouvimos a promessa divina, como Paulo outrora: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Consolados e fortalecidos, mesmo com o corpo abatido e maracado pela dor, passamos a ser agentes de consolação, de paz e esperança no hospital. Chego à conclusão de que um verdadeiro cristão, doente e internado num hospital, acaba se tornando ali uma bênção para profissionais da saúde e companheiros de sofrimento ou tratamento.

7.Quando adoecemos, verificamos a bondade de Deus ao prover multiplicidade de dons, talentos e aptidões humanas no hospital, clínica ou pronto socorro em que nos encontramos. Juntos, cada qual com seu conhecimento, sua técnica, seus instrumentos, a cuidar de nós. Como nos sentimos importantes e também descobrimos quão importantes são todos esses profissionais da saúde que atuam como integrantes de uma grande orquestra, a abençoar e celebrar a vida!
Nossa doença, complexa ou simples, permite o ensaio ou execução de todas as técnicas e formas de cuidado humano em relação às enfermidades humanas. Esse ensaio ou execução se tornam tanto mais eficazes quanto mais motivados movidos pelo amor à arte de cuidar e principalmente às pessoas.

8. Quando adoecemos, baixamos “nossa guarda”, como numa luta de boxe quando o lutador se sente extenuado e prestes a entregar os pontos. Gente que se diz atéia, agnóstica, inimiga de Deus, hostil aos crentes, mostra-se muito mais acessível, carente e pronta a pedir orações aos que dela se acercam.Estou persuadido de que dos hospitais e centros de saúde costumam sair mais pessoas reconciliadas com Deus, prontas para viver feliz ou morrer em paz, do que dos próprios templos religiosos. A doença nos apequena, quebranta e oferece oportunidade à graça consoladora do Evangelho!

9. Quando adoecemos, e levados para pronto socorro, hospital ou clínica especializada, descobrimos que existem outras pessoas com problemas iguais ou maiores do que os nossos. Com elas conversando, somos animados ou animamos, recebemos alento ou alentamos, sorrimos ou choramos. Descobrimos que somos gente como toda gente! E ao comparar com o nosso os fardos de enfermidade dos outros, muita vez ficamos agradecidos, porque o nosso é muito menor; ou, então, comovidos e prontos a interceder, porque o de nosso irmão é bem maior!

10.Quando adoecemos, descobrimos as dimensões das mãos de Deus, através das mãos humanas. Em verdade, nos damos conta de que as mãos hábeis e generosas de homens e mulheres, profissionais da medicina ou simples auxiliares que nos servem um pequeno lanche, um copo d’água ou limpam nosso quarto ou nosso leito, constituem extensão das mãos de Deus. Olhando bem, essas pessoas constituem anjos a rodear-nos e a mediar a bênção, a paz, a saúde ou a esperança com que sonhamos!

Repito com Ezequias, depois de várias experiêencias de adoecer e ser hospitalizado, e submeter-me a sérias intervenções cirúrgicas:

“Senhor, por tais coisas os homens vivem, e por elas também vive o meu espírito.Tu me restauraste a saúde e me deixaste viver. Foi para meu benefício que eu tanto sofri...”

Irland Pereira de Azevedo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

TUDO VAI MUDAR NO MUNDO

“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas (ou: tudo se fez novo)”.-2Co 5.17 NVI.

Dia 4 deste mês a NASA cuidou de enviar para a estrela Polaris, além do sistema solar, a música dos famosos Beatles “Across the Universe”,”Através do Universo”.
Nela, os Beatles, que no tempo de sua maior glória se diziam mais famosos que Jesus Cristo, cantam que “nada vai mudar meu mundo”, frase que se repete doze vezes. Na mesma canção, que subiu para as Galáxias, parece que celebram a vitória de seu guru Dev ou Deva , ao cantar “Jai guru deva...om...”
Graças a Deus, Jesus Cristo é maior do que os Beatles ou seu guru. Quem está nele (Jesus Cristo), se transforma em nova criação ou nova criatura, e Ele garante que se anunciem “novos céus e nova terra”.
Com Jesus Cristo, o mundo imundo vai tornar-se realmente mundo; o cosmos caótico vai tornar-se cosmos. Isto é, Jesus torna o mundo e a vida limpos e belos... Ele é poderoso para transformar por dentro e por fora. Ele muda nosso mundo interno e externo.
Por meio de Jesus Cristo, e de nenhum guru, temos paz com Deus e alcançamos nosso relacionamento com Deus.
Com Jesus Cristo, há novas relações na família, com a família e a sociedade.
Com Jesus Cristo, por quem, em quem e para quem foram criadas todas as coisas, haverá novos céus e nova terra.
Com Jesus Cristo, há esperança temporal e eterna. Ele é “Esperança Nossa”, como diz o Apóstolo Paulo.
Ainda bem que essa canção de “Tudo Novo”, não precisa ser enviada pela NASA, nem dura mais de quatro séculos para chegar ao seu destino. Aquele que proclama essa mensagem já está lá, depois de ter consumado a obra de nossa redenção, mediante Sua morte na cruz do Calvário e Sua ressurreição gloriosa.
A mensagem de redenção já enche os cantos e recantos do universo e soa por todas as galáxias e milhões e bilhões de astros dos céus. Mesmo porque Jesus é o Criador deles todos!
Você crê em Jesus Cristo como Senhor e Salvador? Ele pode e quer mudar seu mundo! Mundo interior e mundo relacional. Se ainda não, creia nele!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Tempo de Carnaval

É TEMPO DE CARNAVAL
Pr. Irland Pereira de Azevedo

A cidade e o país estão a viver os dias de Carnaval em que centenas de milhares de pessoas entregam-se às alegrias de uma festa marcadamente pagã.
O carnaval faz lembrar a narrativa bíblica que descreve a folia do povo de Israel diante do bezerro de ouro: “o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantaram-se a folgar”. (Êxodo 32.6).
Pensando no carnaval de nossos dias, há de notar-se que não se trata de uma festa nova. Entre antigos egípcios, gregos e romanos havia festas semelhantes a ele em honra a divindades de cada cultura. No Egito, em honra ao deus Ápis; as bacanais na Grécia e na Roma antigas, em honra a Baco, as saturnais, em homenagem a Saturno ou Dionísio e as lupercais, em honra ao deus Pã. Essas festas populares semelhavam o carnaval dos dias atuais, em que todos se igualavam não nas virtudes mas nos vícios, não na nobreza de sentimentos, mas na baixeza de costumes. Hoje as autoridades, em vários lugares, fazem distribuição de “camisinhas”, com intenção alegada de evitar graves doenças e gravidez indesejada, mas isso em verdade acaba estimula a promiscuidade e a prostituição.
A Igreja Católica pretendeu mudar as feições do carnaval, fazendo-o ocorrer antes da Quaresma, por isso que ele recebe o nome de “carnevale”, “abstenção da carne”, proibição de carne. Todavia, o carnaval continuou a ser, conforme a tradição das bacanais e saturnais d’antanho, a festa da carne, da licensiosidade, da máscara, da mentira.
Sim, no Carnaval – festa aparentemente limpa e própria à expressão de alegria e fantasia de nossa gente laboriosa e sofrida – milhares de jovens se prostituem, de lares se dividem, de vidas ficam desgraçadas. Tudo em nome da alegria. Mas esta em realidade não existe, pois a verdadeira alegria vem de dentro, e dura, não obstante circunstâncias adversas.
Num tempo de carnaval, em que se esquece de Deus e se coloca a carne e o rei Momo, gordo ou magro, não importa, em lugar dele; num tempo assim, é bom que todos e especialmente os jovens se lembrem do que diz a Sagrada Escritura:
“Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento.”(Eclesiastes 11.9 NVI). E mais: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos em que você dirá: não tenho satisfação neles”. (Eclesiastes 12. 1 NVI).>”.
Que bom é saber que dezenas de milhares de jovens cristãos aproveitam os dias do carnaval para participar de acampamentos e retiros espirituais onde cuidam de seu crescimento nos relacionamentos cristãos e em sua vida de fidelidade a Cristo e compromisso com Ele!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

PARABÉNS SÃO PAULO!

“Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao SENHOR em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela”. Jr.29.7 NVI.

“Cidade minha, aqui meu ninho, meu verso aqui.
Que Deus me guie, que Deus me escute, que eu cante e lute, mas não esqueça de ti,
mas não me afaste de ti. Nunca me afaste de ti”.[1]

Neste 25 de janeiro São Paulo esta a comemorar o 454º aniversário de sua fundação. A cidade nossa está em festa. Ela, que em 1975 era a 6ª cidade do mundo, no ano de 2000 seria a 2ª, caso continuasse a crescer demograficamente nos índices até então observados.[2] Encontra-se hoje entre as três maiores megalópoles da terra.
Nossa cidade, e toda cidade, constitui lugar de paradoxos. Nela coexistem enorme pobreza e imensa riqueza; cultura e deterioração encontram-se lado a lado; seus estilos de vida e anonimato atraem multidões, mas ao mesmo tempo as impulsionam à busca de comunhão e identidade. [3]
Por outro lado, a cidade é algo criado pelo homem, e apresenta, por isso, as marcas de sua finitude e também de sua pretensão de viver independentemente de Deus.[4]
Cidade é lugar em que a maldade assume proporções gigantescas, na medida em que ela produz massificação, anonimato, heterogeneidade (pluralismo), mobilidade, conflito, secularização e mudanças rápidas.[5]
A cidade constitui, entretanto, alvo do amor de Deus. Não foi Ele quem disse a Jonas: “Vai à grande cidade de Nínive”? Não chorou Jesus sobre Jerusalém? E não foi o mesmo Senhor quem falou a São Paulo, em Corinto: “ainda tenho muito povo nesta cidade?. [6]
Diz bem George Sweeting que “a cidade pode ter começado com Caim, mas chegará ao clímax com Cristo. Temos de lembrar que o destino dos remidos será urbano”. [7]
Não aguardamos, como remidos por Cristo, a nova Jerusalém de que fala o Apocalipse? Então, enquanto ela não vem, trabalhemos pelo bem de São Paulo, cidade nossa, berço onde nascemos ou comunidade para a qual Deus nos trouxe, oremos por ela e seus governantes, amemos São Paulo, nela diligentemente invistamos talentos e dons, na diversidade de nossas profissões e falemos do amor de Jesus Cristo ao coração dela. Certamente essa é a vontade de Deus.







[1] GIÓIA JR. Balada para uma Cidade Desumana, in: Cristo para os humildes. Belo Horizonte: Betânia, s/d.
[2] Li ROSE, & C. K. HADAWAY. The urban Challenge, Nashville: Broadman, 1982.
[3] William HERBERG & Eliseos CRAIG. The Urban Mission. Grand Rapids: Wm Eerdmans, 1972.
[4] Jacques ELLUL. The Mcaning of City. Grand Rapids: Wm Eerdmans, 1970.
[5] F. M. DUBOSE. A Theology of Urbanism in: How Church Grows in a Urban World. Nashville: Broadman, 1978.
[6] Jonas 1.2 e 3.1,2; Mateus 23.37, Atos 18.10.
[7] George SWEETING. The City a Mafter of Conscience. Chicago: Moody Press, 1972.

domingo, 30 de dezembro de 2007

NO PRINCÍPIO DEUS

“No princípio Deus criou os céus e a terra”.(Gn 1.1)
Pr Irland Pereira de Azevedo

Estamos para viver o início de um novo ano. Muitos viverão nos próximos dias o princípio de um novo ano letivo, o princípio de um novo curso, o princípio de uma nova carreira, o princípio de um novo emprego, o princípio de um casamento, o princípio da vida numa grande cidade.
As primeiras palavras da Bíblia soam propícias para um tempo como este.

“No princípio Deus...”

Em verdade, o que temos por princípio, por fundamental, ou anterior no tempo e no espaço, vai ditar o rumo de nossa vida.

Que é primeiro em nossa cosmovisão, ou na macrovisão do mundo?

Que é primeiro em nossa visão pessoal da vida, do tempo, das oportunidades?

Sirva nossa reflexão sobre a vida e os desafios que a ela se apresentarão no transcurso de 2008, para afirmar a nossa fé e nosso amor a Deus e fincar a âncora de nossa esperança a um tempo no trono da Graça e no mar revolto do mundo em que vivemos.
Cremos na existência e atuação de um Deus Criador e Providente, Senhor do tempo e da história. Deus que é Primeiro e Último, é Alfa e Ômega.
No princípio do universo e de nosso mundo não é uma célula primordial, nem matéria informe e desordenada, nem água, nem ar, nem substância indefinida e sem limites, como supunham, respectivamente Tales, Anaxímenes e Anaximando.
No princípio não é a matéria em movimento, nem um primeiro motor, motor imóvel, como dizia Aristóteles.
No princípio Deus, isto sim. Um Deus pessoal.Um Deus poderoso.Um Deus Criador; um Deus não apenas Arquiteto, mas Criador do nada, e criou todas as coisas com propósitos, criou em santo amor
No princípio, um Deus que faz o melhor, e realiza a excelência – “E era tudo muito bom”, foi o mundo que Deus viu após a obra da criação.
No princípio, Um Deus trino: Deus Pai, Filho e Espírito Santo, Trindade na Criação. O Pai emprega o Verbo, e o Espírito se move na face do abismo.
No princípio, um Deus que tem propósito de amor para o ser humano criado à Sua imagem e semelhança. Disse Ele, no concerto da Deidade: “Façamos o homem à nossa imagem e conforme a nossa semelhança”.
Tomemos uma resolução logo no comecinho mesmo deste novo ano: Deus será primeiro em nossa vida.
“No princípio Deus”, ao adentrar as portas de um ano novo.


“No princípio Deus”, na carreira a iniciar ou prosseguir.

“No princípio Deus”, no curso a iniciar ou prosseguir.

“No princípio Deus”, no casamento e na família.

“No princípio Deus”, no propósito de fazer o melhor, como co-criadores e parceiros na atuação no mundo

“No princípio Deus”, no viver de cada dia

“No princípio Deus”, como o valor matricial e iluminador de todos os valores de minha vida.

sábado, 22 de dezembro de 2007

O abraço do Natal!

A propósito de abraço e abraçar tenho lido muitas coisas interessantes, inclusive na internet.

Há os que acreditam que abraçar seja uma ótima terapia contra a tristeza e a depressão, pois o abraço é muito mais do que um simples "apertão" de braços. No momento em que afetuosamente abraçamos uma pessoa, a ela transmitimos emoções como o amor, o apreço e a paz. Abraçar é saudável, ajuda o sistema imunológico e pode ajudar no combate da depressão. Reduz o estresse, induz o sono, revigora, rejuvenesce e serve de bom remédio.
Sabemos por experiência própria da importância do abraço como expressão de carinho, simpatia e bondade. Recentemente, jovens de Brasília saíram pelas ruas da cidade a abraçar gratuitamente as pessoas, comunicando com esse gesto alegria e simpatia humana.

Pensando bem, verifico que o Natal constitui um grande abraço.
Sim. O Natal é abraço dos céus na terra: abraço de alegria, de esperança, de luz.
No Natal os céus descem, os anjos descem com bendito alvoroço para abraçar a terra sombria e triste. Em verdade, o Profeta do Natal havia predito: “E o povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte (ou terra das trevas) raiou uma luz”. (Isaías 9.2 NVI). E essa profecia se cumpriu no Natal!

Natal é abraço das promessas divinas de um Salvador com seu cumprimento cabal. Foi o que descobriram os magos vindos do Oriente. A antevisão de Miquéias 5.2 cumpriu-se em Belém!

Natal é abraço de Deus no homem perdido e sem esperança.

Natal é abraço da majestade de Deus com a humildade humana. Sim, o Natal é prova de que Deus busca e honra a humildade. É só lembrar: Ele escolheu uma jovem humilde – Maria; uma cidade humilde – Belém; um lugar humilde – uma simples manjedoura, cocho em que os animais comiam. Escolheu a humildade e não a ostentação para revelar Seu Amor Maior.

Natal é abraço da divindade com a humanidade – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, diz o Evangelho. (João 1.14).

Em verdade, Jesus é o próprio abraço do Natal: nele, Deus e o homem se abraçam, definitivamente, para garantia de nossa eterna redenção.
Portanto, meu amigo: receba um Abraço neste Natal! Abraço meu e, sobretudo, um Abraço de Deus, através de Seu Filho, nosso Salvador!

Pr. Irland Pereira de Azevedo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Amazônia, uma grande preocupação!

Desde minha juventude, e às voltas com os livros escolares, preocupa-me a Amazônia brasileira.
Há mais de trinta anos, ouvia notícias da presença de exploração indevida de suas florestas, de suas riquezas minerais, de sua biodiversidade, por brasileiros ambiciosos e grupos e empresas estrangeiros que até aeroportos clandestinos construíam e mantinham no coração da selva, para de lá, consta, retirar nossas riquezas.
Ouvia, por exemplo, de áreas inacessíveis a brasileiros e em que só se permitia a entrada de estrangeiros e indígenas.
Quantos planos de ocupação e defesa da Amazônia brasileira já foram discutidos, nas esferas de Governo e em ambientes acadêmicos! Parece, entretanto, que pouco se fez de concreto e realmente relevante.
A verdade nua e crua é que nossas fronteiras estão desprotegidas, as florestas continuam sendo exploradas de forma predatória, plantas e espécies animais são levadas para o Exterior e muitos dos produtos oriundos da Amazônia lá fora já são patenteados! Por outro lado, cria-se e enfatiza-se o conceito de nações indígenas, a fragilizar ou quebrar o de brasilidade ou de nação brasileira. E mais: consta que livros de geografia nas em escolas dos EUA apontam a Amazônia como região internacionalizada, e, desse modo, não mais pertencente ao território brasileiro.
As questões que aqui suscito, são as seguintes:
Que o Governo brasileiro tem a dizer sobre essa realidade?
Que o Ministério da Defesa, a comandar as três forças de terra, mar e ar, tem a informar sobre tema tão grave e de tão relevante interesse nacional?
Que posição assume o Congresso Nacional, em face dessa realidade inquietante?
Que diz o Ministério de Relações Exteriores a respeito das pretensões internacionais à Amazônia?
Ora, é geopoliticamente imperativa e urgente a ocupação da Amazônia. Não a ocupação dela por bandidos, homens e mulheres preocupados com a riqueza, com a fortuna pessoal e não com o bem comum, da nação e do mundo. Ocupação, sim, das fronteiras do Brasil, das hidrovias, dos espaços estratégicos, com bem elaborados planos de desenvolvimento sustentável.
Vêm-me à memória, para encerrar esta reflexão, duas palavras preciosas e oportunas, uma da Bíblia e outra de notável político brasileiro.
A primeira, de Deus a Josué: “Todo o lugar onde vocês puserem os pés será de vocês”. Dt 11.24 a.
E a segunda, de estadista mineiro já falecido:
“Se Deus nos deu um país tão grande, não é nossa inépcia ou negligência que hão de fazê-lo pequeno!”
Deus ilumine nossos governantes neste momento grave da história para que cuidem com diligência e efetividade de nossa Amazônia!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A LIÇÃO DO OURIVES

Faz algum tempo recebi pela internet, sem indicação de procedência ou autoria, um belo texto que resolvi guardar.
Relendo-o, senti desejo de editá-lo, dar-lhe melhor apresentação e postá-lo neste blog. O que desejo, ao fazê-lo, é que a leitura do texto abençoe e conforte todo leitor que eventualmente estiver nas mãos do divino Ourives, num tempo de refinamento.
Boa leitura.

A PRATA
Certo dia, um grupo de mulheres estudava o livro de Malaquias quando chegou ao capítulo 3, versículo 3, que diz:"Ele assentar-se-á como fundidor e purificador da prata (...)" Essa declaração intrigou as mulheres que se perguntaram o significado dessas palavras em relação ao caráter e à natureza de Deus. Foi quando uma delas se ofereceu para tentar descobrir como ocorria o processo de refinação da prata e, depois, voltar e contar ao grupo, na próxima reunião do estudo bíblico.

Naquela semana, a mulher ligou para um ourives e marcou com ele dia e hora para assistir ao seu trabalho. Não lhe explicou a razão de seu interesse. Seria apenas curiosidade sobre o processo de purificação da prata, metal tão precioso. No dia aprazado, enquanto ela o observava, o ourives mantinha um pedaço de prata sobre o fogo e o deixava aquecer. Explicou para ela que no processo de refinamento devia-se manter a prata no meio do fogo, onde as chamas eram mais quentes, a fim de se queimarem todas as impurezas do metal. Enquanto via aquilo, a mulher ficou a pensar em Deus a manter-nos num lugar tão quente assim. E refletiu novamente sobre as palavras "ele (Deus) se assenta como um fundidor e purificador da prata". Intrigada, perguntou ao ourives se de fato era necessário que ele se sentasse o tempo todo defronte ao fogo,enquanto ocorresse o processo de refino.Ele respondeu que sim, e que não apenas tinha de sentar-se lá, segurando a prata, mas também devia manter os olhos firmes nela o tempo todo em que a peça estivesse no meio das chamas. Se a prata fosse deixada sobre o fogo além do tempo necessário, mesmo por um breve instante, acabaria destruída. A mulher silenciou e, finalmente,perguntou ao ourives:"Como o senhor sabe quando a prata está completamente refinada?" Ele sorriu e respondeu: "Oh, é fácil: quando eu vejo a minha imagem nela".

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CUIDADO COM LEITE ADULTERADO!

“...desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo, se é que já provastes que o Senhor é benigno”. (1Pe 2.2,3 SBB Ed. Revista e Corrigida).

O rumoroso caso de leite adulterado ou acrescido de substâncias havidas como prejudiciais à saúde, que jornais e emissoras de rádio e de tv divulgaram há alguns dias, levou-me à Bíblia e a uma recomendação importante para os nossos dias.Encontra-se em 1 Pedro 2.2,3.

O Apóstolo Pedro está dizendo a seus leitores de ontem e hoje que se abstenham de toda sorte de malícia ou maldade, de engano, hipocrisia, inveja e toda maledicência, e desejem de coração o leite da Palavra de Deus, descrito como puro, racional ou espiritual, não aguado ou adulterado, pois só com leite assim é possível e verdadeiro crescimento.

O leitor já reparou que leite falsificado ou adulterado se confunde com o verdadeiro e genuíno? Ambos são brancos, têm a mesma origem, estão disponíveis e se oferecem à nossa escolha. O leite falsificado é leite; mas não é só leite: é leite e mais alguma coisa!

Quando eram vendidos em saquinhos plásticos os chamados leite tipo B e tipo C, costumava eu dizer, brincando, que a diferença entre eles consistia apenas em que o leite B era leite com água e o leite C, água com leite! Talvez fosse o leite de tipo A o único genuíno e confiável.

Pois bem. Passemos para outro plano.

Que está ocorrendo no cenário do mundo espiritual e moral? Algo semelhante ao que acontece nos supermercados. Nas prateleiras dos mercados do espírito e da fé se oferecem religiões, teologias e filosofias como verdadeiras e capazes de merecer inteira confiança e satisfazer as necessidades humanas mais profundas. E de tanta eficácia de propaganda se valem que milhares e até milhões de pessoas acabam por aceitá-las e “bebê-las”, sem dar-se conta de que constituem um pouco mais do que água ou até mesmo substâncias prejudiciais e venenosa para o caráter, a alma, a vida, a família, a sociedade humana.

Em nossos dias, muitos lamentavelmente se aventuram a atuar no “mercado da fé”. E em geral fazem tudo aquilo que o Apóstolo das Gentes não fazia e condenava. Paulo não adulterava a Palavra de Deus (2Co 4.2), não torcia ou manipulava a Palavra de Deus (2Co 4.2), nem mercadejava ou vendia a varejo a Palavra de Deus (2Co 2.17). Esses aventureiros, repito, adulteram a Bíblia e a mensagem cristã, torcem, manipulam e mercadejam as Escrituras Sagradas, não atentando, ao expô-las para as regras mais elementares de hermenêutica e exegese bíblica.

Bíblia adulterada, Bíblia torcida, porções isoladas da Bíblia interpretadas a bel-prazer de seus usuários e mestres despreparados constituem “leite” adulterado, leite falsificado. Com soda cáustica, água oxigenada ou coisa pior.

Diante dessa realidade, é mister que testemos com critérios da própria Bíblia – Palavra de Deus - todo “leite” de filosofia, religião, teologia ou ética, oferecido nos empórios da academia ou das igrejas, e verifiquemos se ele possui os nutrientes que promete e de que carecemos.

Por exemplo, perguntemos, diante de cada “litro” desses “leites” que se insinuam como verdadeiros e integrais:
De quê Deus trata a doutrina oferecida com aparência de verdade?
Qual é sua concepção do ser humano, sua origem, natureza e destino?
Qual é sua concepção de mundo e de história, ou seja, qual é sua mundivisão e compreensão da história humana?
Que apresenta em relação ao futuro do mundo e do ser humano?
Que valores permanentes contém, para a formação e sustentação da família?
A doutrina ou religião que se apresenta com aparência de leite puro tem os fundamentos bíblicos em que se baseia a fé cristã, tais como ofereceu a reflexão postada neste blog, intitulada Afirmações de nossa Fé?

Portanto, caro leitor, não se deixe envenenar ou intoxicar com religiões e filosofias que não apresentam firme fundamento na Bíblia. Esta é comprovadamente “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho” (Salmos 119.105).

Alimente-se com leite genuíno, puro, verdadeiro e cresça na fé, na graça e no conhecimento de Deus!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

AFIRMAÇÕES DE NOSSA FÉ

Este 31 de outubro de 2007 assinala o 490º aniversário da chamada Reforma Protestante. Foi nesta data, em 1517, que Martinho Lutero (1483-1546) afixou na porta da capela de do Castelo de Wittenberg as noventa e cinco teses ou proposições com que exprobrava os desmandos da Igreja dominante e especialmente a venda de indulgências plenárias, apregoada por Tetzel.

Iniciada por líderes e mártires como João Huss (1373-1415) e João Wycliffe (c.1329-1384), deflagrada por Lutero e seguida por Melanchthon (1497-1560), Zuínglio (1484-1531) e Calvino (1509-1564) e outros homens de Deus, a Reforma constituiu oportunidade para afirmar a fé cristã, tanto mais fiel quanto mais firmada nas Santas Escrituras. Os princípios de sola Scriptura, sola fide, sola gratia e solus Christus constituem leit-motiv da fé evangélica ao longo dos séculos.
É oportuno reafirmar nossa fé, em meio à incredulidade, violência e perda de rumo teológico e moral de nossos dias.
Pois bem.
Que nós cremos, como cristãos e evangélicos e, no meu caso, batistas? Ofereço ao leitor algumas afirmações de fé, com a indicação de porções bíblicas em que estão fundadas.

1. Cremos no Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. É em nome dessa bendita Trindade que fomos batizados e do Deus trino recebemos todas as bênçãos – (Mt 28.19,20; Ef 1.3-13).

2. Cremos num Deus misericordioso que nos salva por meio de Jesus Cristo, e só Dele – (1Tm 2.3-6).

3. Cremos que Jesus Cristo é o único mediador (solus Christus) entre Deus e os homens, os homens e Deus. Nem a mãe de Jesus, nem os apóstolos, nem seus ministros podem construir a ponte entre o homem e Deus. Só Jesus Cristo-Homem é o Mediador. (At 4.12; Jo 14.6; 1Tm 2.3-6). Temos livre acesso a Deus, por meio de Cristo, sem carecer de sacerdócio ou santos que nos aproximem do Eterno.

4. Cremos que a salvação é somente pela graça (sola gratia), sem os méritos humanos. Ela começa no ato de fé em Cristo, mediante a qual somos perdoados e declarados justos, porque revestidos da justiça de Cristo. O Espírito Santo passa a habitar em nós, concedendo-nos poder, dons e capacitação para servir. Ele nos santifica e produz em nós o fruto do Espírito, que é o caráter de Jesus Cristo. A salvação chegará à sua consumação, com nossa glorificação depois de sua volta gloriosa de nosso Salvador e Senhor. Nós nos preparamos para a 2ª Vinda de Jesus. (Ef 2.8,9; Rm 5.1,2; Ef 1.13,14; At 1.8; Gl 5.22, 23; At 1.9-11; Rm 8.16,17).

5. Reafirmamos crer que a salvação é somente pela fé (sola fide), em Jesus Cristo, mediante nosso arrependimento – (Ef 2.8; Mc 1.15).

6. Cremos que só as Escrituras constituem o registro fidedigno da revelação de Deus e única autoridade em matéria de fé e conduta (sola Scriptura) – (2Tm 3.16,17; 2Pe 1.19-21).

7. Cremos na igreja uma, santa e apostólica, como instituída por Jesus e da qual ele é o Cabeça único e insubstituível. Jesus é o Senhor dela, pois a comprou com seu próprio sangue – (Mt 16.18; Cl 1.16-20; At 20.28).

Num tempo como este, vale lembrar as palavras atribuídas a Voetius: Ecclesia Reformata semper Reformanda est. Isto é, a Igreja Reformada sempre sendo reformada, sempre submetida à reforma. Reforma não em decorrência ou imposição de modismos humanos, mas, sim, operada pelo próprio Deus. Reforma resultante de retorno decidido e corajoso às origens e fundamentos da Igreja em Jesus Cristo, único Senhor, e nas Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé e conduta.
Parabéns à comunidade cristã e evangélica, do Brasil e de todo o mundo!